Homem parcialmente calvo com cicatrizes no rosto de costas olhando para trás num ambiente chuvoso.

Falando de Pinguim

Olha só, quem diria que criar histórias derivadas baseadas em personagens que os fãs gostaram e que os autores querem desenvolver mais seria uma boa ideia, não é mesmo? Peraí… eu acho que eu comecei o último post do mesmo jeito, não foi? O que é muito estranho, por que este também é sobre uma série que adapta personagens de quadrinhos de super-heróis que você não imaginaria que seriam protagonistas de adaptações desse tipo.

Mas cá estamos, com a (talvez primeira) temporada de Pinguim completa e, meu amigo, que série boa, hein? Eu estava curioso e levemente intrigado quando anunciaram que fariam uma série no universo do Batman do Matt Reeves, mas também fiquei receoso considerando que poderia ser uma tentativa de só usar algo até a exaustão e que foi mandado pelos manda-chuvas da Warner e também que essas histórias em que vilões são protagonistas acabam não sendo muito boas, vide Adão Negro, Venom, Morbius e por aí vai. Ainda bem que não é o caso desta série.

Pinguim é uma série da HBO que acompanha Oswald Cobb (e não Cobblepot como nas HQs), interpretado por Colin Farrell, logo após os eventos de Batman (2022), onde Gotham se encontra completamente alagada graças ao atentado cometido pelo Charada, e o seu submundo estando em caos após a morte do mafioso Carmine Falcone, nesta série interpretado pelo Mark Strong que substitui John Turturro. Após matar Alberto Falcone (Michael Zegen), o filho de Carmine, num acesso de raiva, Oz precisa improvisar para conseguir se livrar e também aproveitar o momento para tomar o mundo do crime para si.

Não sei se já disse aqui no site, mas eu gosto de dizer que o formato perfeito para adaptar histórias de super-heróis são animações com temporadas de 23 episódios com 25 minutos cada, e eu ainda defendo isso, só que a série do Pinguim é muito mais uma série de crime e máfia com pequenas referências ao universo do Homem Morcego (tão pequenas que é muito fácil esquecer que essa série se passa em Gotham) do que uma série de super-herói em si, então ter uma hora por episódio é uma boa coisa para conseguir desenvolver os seus personagens e ter muitas reviravoltas.

Tanto que o Oz é um personagem fascinante, porque conseguiram fazer um excelente trabalho em caminhar na fina linha entre fazer você entender o motivo dele agir da forma que ele age e até mesmo você querer torcer por ele em alguns momentos e constantemente te lembrar que ele é um filho da puta de marca maior. E eles também fazem um ótimo trabalho com os outros personagens importantes para a história, a Sofia Falcone (Cristin Milioti), a filha do Carmine que saiu recentemente do Asilo Arkham, o Victor Aguilar (Rhenzy Feliz), que acaba se tornando o parceiro do Oz devido às circunstâncias, e a Francis Cobb (Deirdre O’Connell), que é a mãe do Oz e parece ser quem motiva ele a ser quem é.

Todos esses personagens tem seus momentos e é incrível ver o que os atores fazem nessas cenas. Eles criam um magnetismo que te fazem você ficar completamente vidrado no que está acontecendo e essa sensação é uma delícia.

A única coisa que eu reclamaria, e que honestamente não passa de uma mera implicância, é que essa série é tanto uma história de máfia que quando ela te lembra que se passa na Gotham City que vive o Batman dá uma leve quebra na imersão, mas é tudo tão bom que isso simplesmente não importa.

Bem, é isso, assistam Pinguim!


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